Ao sair dos cinemas, depois de ter assistido a "Tropa de Elite 2", fica-se a sensação de que tudo está perdido... que não têm mais jeito e é mais fácil 'nadar' conforme a correnteza te levar. A sensação também pode ser de raiva por ter desperdiçado o voto em alguma eleição e ter contribuído para tanta corrupção nesse país.
Porém, o que fica mesmo é a sensação de ter assistido a um grande filme, com uma história fantástica, em um roteiro bem trabalhado. Uma edição e fotografia digna de um grande blockbuster norte-americano.
O abuso dos palavrões nos diálogos e as cenas de mortes não são bem características para que o filme seja indicado para todas as idades, pelo contrário; porém é um filme necessário.
"Esconder o mal só serve para mascarar a doença até que esteja disseminada, incontrolável e pondo todo o corpo em estado terminal. Mesmo que a aparência da ferida seja repugnante, é um sacrifício que se faz em busca da cura." - Li isso de um crítico evangélico sobre o primeiro filme e concordei, apesar de que muito pouco conseguiremos fazer para que essa realidade mude no nosso país.
Aí eu perguntou, como conseguiremos mudar isso?
Eu, um "zé mané", irei conseguir mudar a situação drástica de violência pela qual o Brasil passa há tantos anos ?
A resposta da maioria é de que o assunto não lhes compete, tendo em vista que a segurança pública é um problema a ser tratado pelas autoridades (presidente, congresso, governadores, prefeitos).. pois bem... mas aí lhe faço uma nova pergunta: Quem elege essas tais "autoridades"?
Sim, o "Zé Mané" possui essa obrigação de escolher os seus representantes.
"Qualquer semelhança com a realidade é apenas uma coincidência. Essa é uma obra de ficção".
Todos nós sabemos que trata-se de um filme, porém a força do roteiro, a excelente direção e o amadurecimento de um personagem específico: o agora Coronel Nascimento, nos faz misturar arte com realidade.
Permita-me um parênteses aqui: Que atuação incrível do Wagner Moura nesse filme. Grande ator! Grande personagem, com os cuidados da direção do José Padilha e o roteiro do Braulio Montovani.
Eu acho engraçado como a crítica de um irmão evangélico termina: "compre o ingresso legalmente, ore a Deus, tome um antiácido e vá ao cinema ver Tropa de Elite."...
Fato é que eu fiquei um pouco "constrangido" com os diálogos do filme...rs... é muito palavrão, ave Maria! rs... Mas vale a pena assistir.
Não apenas pela qualidade cinematográfica do nosso cinema... desde a construção dos personagens, a elaboração do roteiro, a fotografia do filme, a edição... mas também pela realidade nele apresentada.
Uma realidade que está a nossa volta, entrando em nossas casas e famílias e que não podemos mais ignora-la.
Por isso, tome seu antiácido e assista!... por sua conta e risco...